Desde a última segunda-feira (9), a cidade de Ballymena, na Irlanda do Norte, enfrenta uma grave crise social. Tudo começou com a denúncia de uma tentativa de estupro contra uma adolescente. Segundo relatos, dois adolescentes romenos de 14 anos teriam cometido o crime na região de Clonavon Terrace. A princípio, a população foi às ruas em apoio à vítima e sua família. No entanto, a mobilização rapidamente se transformou em uma onda de ataques com motivação racial.
De protesto pacífico a ataque coordenado
Inicialmente, os moradores se reuniram para demonstrar solidariedade. Contudo, com o ar das horas, grupos mascarados assumiram o controle da situação. Eles aram a atacar residências de imigrantes, especialmente de origem leste-europeia. Além disso, os agressores utilizaram mísseis improvisados, tijolos e fogos de artifício, causando destruição e medo. Como consequência direta, quatro casas foram incendiadas. O episódio evidencia como discursos inflamados, quando não contidos, podem se transformar em ações violentas de proporções alarmantes.
Imigrantes relatam medo e abandono
Enquanto a cidade ardia, muitas famílias imigrantes viveram momentos de pânico. Conforme relatos colhidos pela imprensa local, diversas pessoas abandonaram suas casas durante a madrugada. Algumas buscaram abrigo em igrejas e centros comunitários. Ainda que muitos desses imigrantes vivam em Ballymena há décadas, o sentimento predominante agora é de insegurança. De acordo com uma moradora polonesa: “Nunca sentimos algo assim, mesmo após tantos anos aqui.”
Polícia reforça segurança, mas enfrenta resistência
Por outro lado, o Serviço Policial da Irlanda do Norte (PSNI) tentou intervir. Entretanto, os policiais foram recebidos com bombas, pedras e alvenaria pesada. Dois veículos da corporação acabaram danificados. Em razão dos ataques, o PSNI abriu investigações por crimes de ódio com motivação racial. Ainda que as patrulhas tenham sido reforçadas, as autoridades item que novos incidentes podem ocorrer a qualquer momento, principalmente se o discurso de ódio continuar a circular livremente.
Perguntas frequentes
Grupos extremistas utilizaram redes sociais para planejar as ações.
O PSNI promete aprofundar as investigações e monitorar grupos radicais.
A falta de políticas públicas de integração ainda favorece o crescimento do ódio.
